Herbário LISU (Fungos)
A coleção ‘histórica’ portuguesa de LISU inclui fungos de diferentes grupos (mais de 500 espécies) e é principalmente constituída por exemplares colhidos por A. Pereira Coutinho e colaboradores ou resultantes de permutas realizadas por este antigo diretor do Jardim Botânico, nos finais do séc. XIX e início do séc. XX. O material colhido por Pereira Coutinho permite, principalmente, conhecer a flora micológica dos arredores de Lisboa, no princípio do séc. XX. Era um coletor cuidadoso, que anotava os mais pequenos detalhes nas folhas de montagem dos espécimes. Além da importância histórica e científica deste material, as folhas de herbário são de rara beleza.
Entre os exemplares mais antigos encontram-se espécimes colhidos por Vandelli (séc. XVIII, 36 folhas de herbário), F. Welwitsch (séc. XIX, 62 espécies) e por C. Torrend (início do séc. XX). Existe ainda uma pequena coleção de espécimes provenientes das ilhas macaronésicas dos Açores e da Madeira, de diversos países europeus e de Angola (séc. XIX, Gossweiler, 44 espécimes).
No material mais moderno, a coleção foi aumentada entre os anos 40 e 60 do século passado com representantes do grupo das Polyporaceae s. l. (Basidiomycota) por J. Pinto-Lopes, que colheu material em Portugal, Angola e Moçambique. A coleção iniciada por J. Pinto-Lopes e continuada pelos seus discípulos constitui a maior coleção de referência de fungos ‘aphylloporales’ existente em Portugal, possuindo cerca de 12 mil espécimes, 80 por cento dos quais resultando de colheitas efetuadas após 1980. A partir dos anos 80, grande parte do material incluído (proveniente da Península Ibérica, Ilhas Atlânticas dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde, e Norte de África) pertence ao grupo dos fungos decompositores da madeira (Polyporaceae s. l. e Corticiaceae s. l.); mais recentemente foram adicionados representantes dos grupos das Agaricales s. l., Gasteromycetes s. l. e Myxomycetes s. l., maioritariamente provenientes do território português.
A maior parte resulta de colheitas efetuadas durante o desenvolvimento de projetos de investigação nacionais e ibéricos, em que participa o Jardim Botânico. Inclui cerca de 40 espécimes tipo.
Ireneia Melo é Curadora e conta com a colaboração de José Cardoso.