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Relatórios atividades

Relatórios

Relatórios anuais sumários

Aqui pode encontrar súmulas das principais atividades desenvolvidas, bem como dados estatísticos.

 

Principais atividades desenvolvidas em 2016 pelos Museus e IICT
 

Relatório sumário das atividades dos Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Instituto de Investigação Científica Tropical em 2016

 

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência e o Instituto de Investigação Científica Tropical receberam em 2016 um total de 266.500 visitantes, distribuídos entre os Jardins Botânicos (71,97%), o edifício principal (13,54%), as atividades do Serviço Educativo (10,86%) e outras atividades (3,64%). Nos jardins, o Jardim Botânico Tropical teve 111.917 visitantes (42% do total) e o Jardim Botânico de Lisboa, que foi encerrado em outubro para obras de requalificação no âmbito do Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa, teve 79.868 (29,97%). No Serviço Educativo, as atividades de Extensão Pedagógica contaram com 27.006 participantes (10,13%), enquanto as de Animação Cultural, apenas com 1.929 (0,72%).

O Museu desenvolveu uma agenda de promoção da cultura científica, com um total de 471 eventos, tanto de organização própria como em parceria, que incluíram atividades educativas e sessões de planetário, teatro, conferências, mesas-redondas e seminários, cursos, visitas guiadas, circo matemático, mercados no Jardim, atividades para professores, concertos e outros tipos de evento. Nestes destacam-se a Noite Europeia dos Investigadores (30 set.), com cerca de 4.000 visitantes numa só noite e a XIX Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis (8 a 10 dez) com 4.684 visitantes.

Destacam-se ainda nesta agenda o início das ações do programa de formação em Coleções e Património Científico (com 86 participantes), além de outros três cursos, que totalizaram 59 participantes. Neste âmbito, o Museu continuou o programa de formação dirigido ao Museu de História Natural de Maputo (Universidade Eduardo Mondlane), com a realização do “Curso de Preservação e Conservação de Coleções Entomológicas”, onde participaram 28 formandos.

Durante o ano de 2016 procedeu-se ao desenvolvimento geral do programa expositivo dos Museus, com a inauguração uma exposição sobre o conhecimento universitário, "O que é Inovação em Arquitectura?" (3 março), de duas novas exposições sobre história natural, "Dinossauros que viveram na nossa terra" (17 maio) e “Cem Traças” (16 dez.) e a preparação de duas novas exposições, cuja inauguração acabou por ser adiada para os primeiros meses de 2017 (“Reis da Europa Selvagem” e “Plantas e Povos”). Além destas, foram inauguradas nove exposições e instalações de curta duração centradas no diálogo Arte/Ciência/Natureza.

Procedeu-se igualmente à gestão, conservação, expansão e valorização das coleções científicas do Museu, continuando a incorporação das coleções do IICT na Universidade de Lisboa. Em 2016 encontravam-se em execução no Museu 8 projetos com financiamento externo, centrados no estudo e desenvolvimento das coleções científicas, estudo da biodiversidade e na educação e difusão da cultura científica, cinco dos quais com financiamento internacional e três com financiamento nacional. Os investigadores, curadores e outros colaboradores do Museu publicaram 34 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais da especialidade e 10 capítulos de livros, com indicação de filiação no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Investigadores do Museu coordenaram a edição de 3 livros, dos quais se destaca “A Universidade de Lisboa. Museus, Coleções e Património” por Marta Lourenço. O Museu editou o livro “Plantas do Jardim Botânico Tropical” coord. Maria Cristina Duarte.

Principais atividades desenvolvidas em 2017 pelos Museus e IICT
 

Relatório sumário das atividades dos Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Instituto de Investigação Científica Tropical em 2017
 

Os Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e o Instituto de Investigação Científica Tropical receberam em 2017 um total de 202.711 visitantes, distribuídos entre o Jardim Botânico Tropical (68,93%), o edifício do Museu (12,03%), as atividades do Serviço Educativo (13,75%) e outras atividades (5,29%). O Jardim Botânico de Lisboa esteve encerrado durante todo o ano de 2017, para obras de requalificação no âmbito do Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa. No Serviço Educativo, as atividades de Extensão Pedagógica contaram com 26.767 participantes (13,20%), enquanto as de Animação Cultural, apenas com 1.101 (0,54%).

O Museu desenvolveu uma agenda de promoção da cultura científica, com um total de 414 eventos, tanto de organização própria como em parceria, que incluíram atividades educativas e sessões de planetário, inauguração de exposições, teatro infantil, conferências, mesas-redondas e seminários, lançamento de livros, cursos, visitas guiadas, circo matemático, atividades para professores, concertos e outros tipos de evento. Nestes destacam-se a Noite Europeia dos Investigadores (29 set), com 4.800 visitantes numa só noite, a IV Feira da Matemática (11 nov), com 900 visitantes, a XXXI Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis (7 a 10 dez), com 4.416 visitantes e a Mostra de Turismo Sustentável (16 dez), com 600 visitantes.

Destacam-se ainda nesta agenda o ciclo de conferências “60 minutos de ciência”, com uma dezena de palestras, o curso creditado para professores “Educar sobre Ciência em espaços museológicos”, o “Workshop de preparação de insetos”, o curso “Entomological Collections, Insect Systematics and Evolution” e o “Curso de Identificação de Peixes dos Ecossistemas Fluviais de Portugal”.

Durante o ano de 2017 procedeu-se ao desenvolvimento geral do programa expositivo dos Museus, com a inauguração das exposições “A Imagem Paradoxal: Francisco Afonso Chaves (1857-1926). Parte II” (10 fev), “Reis da Europa Selvagem. Os nossos últimos grandes carnívoros” (3 mar), “Plantas e Povos”(21 abr), “Mar Mineral. Ciência e Recursos Naturais no Fundo do Mar” (14 jul) e “Margem Esquerda. A Revolução Russa e a Cultura Científica em Portugal no século XX" (2 nov). Além destas, foram inauguradas dezassete exposições e instalações de curta duração centradas no diálogo Arte/Ciência/Natureza e em temas de história natural.

Procedeu-se igualmente à gestão, conservação, expansão e valorização das coleções científicas do Museu, continuando a incorporação das coleções do IICT na Universidade de Lisboa. Foram incorporados 24.680 objetos nas coleções. Em 2017, as coleções dos Museus e IICT foram estudadas por 90 investigadores (60 de Portugal, 16 da Europa e 14 de fora da Europa), num total de 2.636 horas de consulta. Foram publicados 71 trabalhos científicos utilizando as coleções dos Museus e IICT, incluindo 5 teses de mestrado, 4 dissertações de doutoramento, 2 livros, 2 capítulos de livros e 55 artigos científicos.

Durante o ano foram emprestados 46 objetos para serem exibidos em 8 exposições, incluindo as exposições “800 Anos de Saúde em Portugal”, no Museu da Saúde (7 abr 2017 a 7 abr 2018), “Portugal-Drawing the world”, no Musée national d’histoire et d’art, Luxembourg (27 abr a 15 out 2017) e “A Cidade Global. Lisboa no Renascimento”, no Museu Nacional de Arte Antiga (23 nov 2016 a 9 abr 2017) e no Museu Nacional Soares dos Reis (15 mai a 27 ago 2017).

Principais atividades desenvolvidas em 2018 pelos Museus e IICT


Relatório sumário das atividades dos Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Instituto de Investigação Científica Tropical em 2018.

 

Os Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e o Instituto de Investigação Científica Tropical receberam em 2018 um total de 320.296 visitantes, distribuídos entre o Jardim Botânico Tropical (43,09%), o Jardim Botânico de Lisboa (33,37%), as exposições e atividades culturais e científicas no Museu (15,58%) e as atividades destinadas a públicos escolares entre os 4 e os 18 anos (7,98%).

O aumento de 58% no número total de visitantes – c. 120 mil – em relação a 2017 deve-se, em grande parte, à reabertura do Jardim Botânico de Lisboa em abril de 2018, após as obras de requalificação no âmbito do Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa. No entanto, mais significativo ainda é o crescimento de 42 % do número total de públicos abrangidos pelas exposições e atividades no Museu, que passam de 35.111 em 2017 para 49.877 em 2018.

O Museu desenvolveu em 2018 um programa muito forte de promoção da cultura científica, com um total de cerca de 168 eventos, em organização própria e em parceria. Este incluiu atividades educativas, sessões de planetário, visitas às coleções, dinamização de exposições, teatro infantil, conferências, cafés de ciência e seminários, lançamento de livros, cursos, visitas temáticas, circo matemático, ações de formação para professores e profissionais de museus e concertos, entre outras. Pelo seu grande impacto público, destacam-se: a Noite Europeia dos Investigadores (28 set), com 4.400 visitantes numa só noite, a V Feira da Matemática (19 e 20 out), com 1.735 participantes e a XXXII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis (6 a 9 dez), com 3.861 visitantes.

Destacam-se ainda, neste programa, o ciclo de conferências ‘60 minutos de ciência’, com 10 palestras, o curso creditado para professores ‘Educar sobre Ciência em espaços museológicos’, os cursos MUHNAC de inventário, conservação e identificação de peixes e de insetos, as comemorações do Dia Internacional dos Museus, do Dia Nacional da Cultura Científica e os eventos no âmbito do projeto europeu Big Picnic, Big Questions, entre tantos outros.

Em 2018, o programa expositivo do Museu compreendeu a inauguração das seguintes exposições: ‘Comunicando: Da Massificação à Convergência, Para onde o Futuro?’ (3 fev), ‘Specere’ (19 mar), ‘Moranças: Habitats Tradicionais da Guiné-Bissau’ (26 jul), ‘Exposição de Fotografia da Primeira Edição do Concurso Anual de Fotografia em História Natural e Ciência’ (25 nov) e a habitual ‘Exposição do Curso Livre de Desenho da Natureza 2017-2018’ (18 set). Além destas, foram inauguradas 17 exposições e instalações de curta duração centradas no diálogo Arte/Ciência/Natureza. Merece destaque em 2018 a abertura ao público do Observatório Astronómico da Ajuda pela primeira vez em horário regular e sob marcação.

A gestão, conservação e valorização das coleções científicas do Museu conheceu consideráveis progressos em 2018 em resultado da implementação das infraestruturas PRISC e PORBIOTA. Deu-se continuidade à incorporação das coleções do IICT na Universidade de Lisboa, em particular aves, mamíferos, invertebrados marinhos e arquivos das missões científicas. Foram incorporados 21.998 objetos nas coleções. As coleções dos Museus e IICT foram estudadas por 272 investigadores (213 de Portugal, 16 da União Europeia e 43 de outros países; total de 3.762 horas), correspondendo ao triplo de 2017 e espelhando a crescente acessibilidade das coleções.

Foram publicados 96 trabalhos científicos com base nas coleções dos Museus e IICT, incluindo 6 teses de mestrado, 1 dissertação de doutoramento, 3 livros, 4 capítulos de livros e 82 artigos científicos.

Em 2018, 43 objetos cedidos pelo MUHNAC e IICT figuraram nas seguintes exposições: ‘Cem Anos de Carvão-Minas da Batalha 1854-1954’,  Museu da Batalha (23 mai 2015 a 23 mai 2019); ‘800 Anos de Saúde em Portugal’, Museu da Saúde (7 abr 2017 a 30 abr 2019); ‘Partida da Família Real para o Brasil: 1807’, Museu dos Coches (29 nov 2017 a 24 jun 2018); ‘A Espantosa Variedade do Mundo’, Padrão dos Descobrimentos (17 fev 2018 a 3 jun 2018); ‘Tanto Mar. Fluxos Transatlânticos do design’, MUDE (26 fev a 31 jul 2018); ‘Contar Áfricas!’, Padrão dos Descobrimentos (24 nov 2018 a 21 abr 2019); e ‘Uma História de Assombro. Portugal - Japão, séculos XVI a XX’, Palácio Nacional da Ajuda (22 nov 2018 a 3 abr 2019).

Os projetos de investigação, património, cultura científica e ciência cidadã em que o Museu é parceiro ou líder envolvem, para além das já referidas infraestruturas PRISC (2017-20), PORBIOTA (2017-20), Noite Europeia dos Investigadores (2018-2019) e Big Picnic, Big Questions (2016-2019), o projeto EDUMAR, EDUcar para o MAR (2017-19), Learn to Engage (2016-2019), DNA_ENV METAGENOMICS (2018-21), Photo Impulse (2018-21) e COBIO-NET (2018-21).

Em 2018, o investimento quer na requalificação do património dos Museus e IICT quer na infraestrutura e equipamentos de apoio à preservação das coleções científicas foi significativo. Este investimento está a ser financiado pela Universidade de Lisboa, com contributo da infraestrutura PRISC (programas POCI e PO Lisboa).

Assim, e para além da já referida reabertura do Jardim Botânico de Lisboa, prosseguiram as obras de restauro do Observatório Astronómico da Escola Politécnica (MUHNAC-Príncipe Real) e iniciaram-se as obras de requalificação do edifício dos Herbários (MUHNAC-Príncipe Real) e do Jardim Botânico Tropical (IICT-Belém). Concluíram-se também os seguintes projetos i) no MUHNAC-Príncipe Real, a adaptação do antigo edifício da Micologia a Laboratório de Conservação e a requalificação do Observatório Infante D. Luiz; e ii) no IICT-Belém, o restauro da Estufa Histórica e a requalificação das Casas dos Jardineiros do Jardim Botânico Tropical. Todos contam já com aprovação pela Direção Geral do Património Cultural.

Iniciaram-se também em 2018 os estudos para a requalificação do Palácio dos Condes da Calheta (IICT-Belém) e da Cafeteria (MUHNAC-Príncipe Real).

Principais atividades desenvolvidas em 2019 pelos Museus e IICT
 

Relatório sumário das atividades dos Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Instituto de Investigação Científica Tropical em 2019.
 
PÚBLICOS E PROGRAMAÇÃO

Os Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e o Instituto de Investigação Científica Tropical, adiante designado por Museu e Jardins, receberam em 2019 um total de 250.548 visitantes, distribuídos entre o Jardim Botânico de Lisboa (63,79%), o Jardim Botânico Tropical (0,49%), as exposições e atividades culturais e científicas destinadas ao grande público (28,27%) e as atividades destinadas a públicos escolares entre os 4 e os 18 anos (7,43%).

A diminuição de 21,78% no número total de visitantes – c. 70 mil – em relação a 2018 deve-se sobretudo ao encerramento do Jardim Botânico Tropical, em janeiro de 2019, para obras de requalificação.

Gráfico 1

 

 


Destacam-se, no entanto, os seguintes crescimentos de 2018 para 2019: i) de 7% do público escolar (passam de 17.391 para 18.613 participantes) e ii) de 42 % do número total de públicos abrangidos pelas exposições e atividades culturais (passam de 49.877 para 70.833), confirmando a tendência de crescimento verificada no ano de 2018 e duplicando o número equivalente em 2017.

 

Tabela 1

Este crescimento é consequência do aumento e diversificação do número de atividades, bem como da inauguração de novas exposições.

Em 2019, o Museu e Jardins desenvolveram um programa forte de promoção da cultura científica, em organização própria e em parceria, com um total de cerca de 320 eventos, aproximadamente o dobro dos eventos de 2018 (168). Este programa incluiu atividades educativas, sessões de planetário, visitas às coleções, dinamização de exposições, teatro infantil, conferências, cafés de ciência e seminários, lançamento de livros, cursos, visitas temáticas, circo matemático, ações de formação para professores e profissionais de museus e concertos, entre outras.

Pelo seu grande impacto público, destacam-se: a Noite Europeia dos Investigadores (27 set), com 4.750 visitantes numa só noite; a VI Feira da Matemática (25 e 26 out), com 2.433 participantes, aumento significativo comparando com 1.735 participantes em 2018; e a XXXIII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis (5 a 8 dez) com 4.358 visitantes, número também superior aos 3.861 visitantes contabilizados no ano anterior.

Destacam-se ainda, neste programa, o ciclo de conferências ‘60 minutos de ciência’, com 10 palestras em 2019 e 147 participantes, o desenvolvimento de 20 Roteiros do Conhecimento, em estreita parceria com entidades de Norte a Sul do país, as comemorações do Dia Internacional das Florestas, do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, do Dia Internacional dos Museus, da Festa no Museu, das Jornadas Europeias do Património e do Dia Nacional da Cultura Científica.

No que diz respeito a exposições, em 2019 inauguraram as seguintes, em produção própria e parceria: Entre Dinossáurios (17 jan), Titicaca - no Coração dos Andes (16 mar), World Press Photo - O Melhor do Fotojornalismo em Lisboa (27 abr), E3 - Einstein, Eddington, Eclipse - 100 Anos Depois (17 mai), Exposição dos Alunos da 6ª Edição do Curso de Desenho de Natureza (26 set) e O Mar Vivo: Ensaio Fotográfico de Hussain Aga Khan (27 set). Além destas, foram inauguradas 29 exposições e instalações de curta duração no quadro do programa arte-natureza-ciência (PANC). Também foi em 2019 que o Observatório Astronómico da Ajuda abriu regularmente ao público às quartas-feiras à tarde.

O Museu e Jardins participaram em eventos vários promovidos pelos Serviços Centrais da ULisboa, nomeadamente nas edições de 2019 da Descobre a ULisboa, I Feira do Livro da ULISBOA e Futurália, assim como nas comemorações da Semana Académica da ULISBOA. Foi ainda parceiro do FATAL (abr. 2019) e nas atividades do programa comemorativo do Dia da Alimentação e Cozinha Saudáveis 2019 (8 nov.), juntamente com o Estádio Universitário e os Serviços de Ação Social.
 

COLEÇÕES E PATRIMÓNIO

O ano de 2019 ficou marcado pela conclusão da transferência das coleções do antigo Centro de Zoologia do IICT, sito na Rua da Junqueira nº14, para as instalações do Museu. Este é o quarto edifício do IICT esvaziado pela Universidade de Lisboa desde 2015. Mais de 120.000 objetos de diferentes tipologias, 140 metros lineares de arquivo e 220 metros lineares de biblioteca, coligidos ao longo de 70 anos de atividade e dispersos por 55 divisões que totalizavam 1139 m2 de área foram transferidos entre 1 de julho e 15 de outubro. Tratando-se de objetos museológicos, a sua deslocação foi um processo moroso e altamente especializado, envolvendo higienização detalhada, acondicionamento em embalagens próprias (muitas vezes concebidas de raiz), transporte cuidado e registo minucioso no local de partida e de chegada. No Museu, foi dado início ao seu processo de catalogação, reacondionamento e incorporação nas reservas, o que implicou muitas vezes uma fase de desinfestação por anóxia.

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Transferência das coleções de Répteis e Anfíbios em meio líquido (esq.) e Mamíferos (dir.) do IICT-Centro de Zoologia e seu reacondicionamento nas instalações do Museu.
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Tombo (registo de incorporação) para transferência de fotografias do IICT-Centro de Zoologia.
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Trabalhos para a transferência da Biblioteca e Arquivo do IICT-Centro de Zoologia.

No ano de 2019, foi dada continuidade ao plano de digitalização e georeferenciação das coleções. Assim, foram digitalizados 10.921 objetos e georeferenciados 7.839. Esta atividade, no que se refere às coleções de botânica e zoologia, foi apoiada pela infraestrutura PORBIOTA, através do financiamento de 7 bolseiros de investigação.

Apesar da movimentação de dezenas de milhar de objetos, alguns ainda em localização provisória, foi sempre assegurada a acessibilidade das coleções para efeitos de investigação, de formação avançada e de divulgação científica.

Em 2019, as coleções do Museu e IICT tiveram presença em 12 exposições desenvolvidas por instituições congéneres nacionais, com o empréstimos de 130 objetos, nomeadamente: ‘Cem Anos de Carvão Minas da Batalha 1854-1954’, Museu da Batalha; ‘800 Anos de Saúde em Portugal’, Museu da Saúde; ‘Uma História de Assombro. Portugal – Japão, séculos XVI a XX, Palácio da Ajuda; ‘Contar Áfricas!’, Padrão dos Descobrimentos - EGEAC; ‘Gago Coutinho, viajante e explorador’, Museu da Marinha; ‘Cérebro’, Fundação Calouste Gulbenkian; ‘Como eu fui Presidente, João do Canto e Castro’, Museu da Presidência da República; ‘Plantas de Macau e do Oriente: Exposição de Ilustração Científica’, Fundação do Oriente; ‘Um século e tanto: 130 anos da National Geographic’, Museu de História Natural e de Ciência da Universidade do Porto; ‘Jornadas do Património da Universidade de Lisboa’, Faculdade de Belas Artes; ‘Centro de Interpretação do Concelho da Ribeira Grande, Santo Antão, Cabo Verde’, APDM-Mértola; ‘Imagens Nómadas – Fotografia e Viagem 1860-1940’, Museu da Fotografia da Madeira.

Em 2019, as coleções foram estudadas por 152 investigadores nacionais e estrangeiros, quer através de consulta presencial (num total de 2.148 horas), consulta virtual ou de empréstimos. As coleções foram ainda procuradas para o desenvolvimento de 12 projetos artísticos, nomeadamente artes plásticas e cinema.

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Distribuição dos investigadores por país de origem e modalidade de acesso.

A importância das coleções, no contexto de investigação nacional e internacional, é também evidenciada pelo elevado número anual de publicações e dissertações académicas. Foram, em 2019, 83 artigos científicos, 25 livros, 7 capítulos de livros, 7 teses de doutoramento e 15 de mestrado.
 

REQUALIFICAÇÃO DO PATRIMÓNIO

No ano de 2019 foi desenvolvida e concluída a primeira fase de requalificação do Jardim Botânico Tropical (Programa de Recuperação e Beneficiação do JBT). É de destacar a instalação de infraestruturas básicas referentes a fornecimento de energia elétrica, abastecimento e reciclagem de água para rega e outros fins, e comunicação de dados e voz. Também foram recuperados todas as vias de circulação e a grande maioria dos elementos de água: Lago Principal, Lago das Serpentes, Tanque dos Leões, riachos do Jardim Oriental e canais de circulação de água. Foi ainda renovada parte da área “verde”, higienizada toda a estatuária existente no local, instalada nova sinalética e foi aberto ao público o Jardim dos Catos, um espaço patrimonial, material e imaterial, de notável valor.

Também em 2019 foi dada continuidade ao plano de reorganização e requalificação das reservas das coleções. Foram concluídas as obras de requalificação do edifício dos Herbários e efetuadas pequenas intervenções nas reservas de mamíferos e de paleontologia. Foi adquirida nova estanteria para as reservas de várias coleções, nomeadamente Herbários, coleção de Mamíferos, coleções de História da Ciência e Arquivo Histórico. Estas intervenções de requalificação e aquisição de equipamento foram parcialmente financiadas pela infraestrutura PRISC.

requalificação Jardim
Jardim Botânico Tropical após obras de requalificação
Herbário
Sala do edifício dos Herbários (esq.) após obras de requalificação e antigo edifício da Micologia (dir.), durante a requalificação para Laboratório de Conservação de Coleções Científicas.

 

Em 2019, foram também iniciados os trabalhos de adaptação do antigo edifício da Micologia a Laboratório de Conservação de Coleções Científicas (com apoio parcial da infraestrutura PRISC) e adaptação das antigas instalações do Observatório Infante D. Luiz a área de gabinetes.

Também através do financiamento para a infraestrutura PRISC, deu-se continuidade ao reequipamento dos laboratórios, nomeadamente do Laboratório de Conservação de Coleções Científicas e do Laboratório de Taxidermia.

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Freeze-dryer adquirido para o Laboratório de Taxidermia

 

Ao nível de áreas públicas, é de destacar as obras de infraestruturação para exposições da Sala Bocage e da Sala da Baleia, nomeadamente instalação de pavimento técnico sobre-elevado com cobertura vinílica de alta resistência, sistema de iluminação com controle computorizado, calhas de caminhos de cabos, rampas para acessibilidade, sistema de ar condicionado e renovação do ar e instalação de portas de segurança.

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Imagens das intervenções de infraestruturação da Sala Bocage
 
FORMAÇÃO AVANÇADA

O Museu ofereceu em 2019 uma ampla variedade de cursos destinados a complementar a formação de profissionais de museus, estudantes de diversas áreas e demais interessados na preservação e acessibilidade de coleções e património, trabalho com públicos e educação não formal em museus. Foram 12 ações de formação promovidas pelo MUHNAC, algumas desenvolvidas no âmbito de projetos I&D (nomeadamente Big Picnic-Big Questions, Learn to Engage, EDUMAR e COBIONET), que atingiram 176 alunos.

Algumas das ações de formação decorreram de solicitações externas, no âmbito da atividade do Museu de apoio à valorização e conservação do património científico nacional e dos PALOPs, nomeadamente Escola Secundária e Básica Passos Manuel, Colégio Sagrado Coração de Maria, Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos, Museu de História Natural do Funchal, Museu de História Natural de Maputo, Reserva da Biosfera do Príncipe e Universidade Eduardo Mondlane.

Foi também oferecido o curso creditado para professores ‘Educar sobre Ciência em espaços museológicos’.

O Museu foi instituição de acolhimento de alunos para o desenvolvimento estágios de licenciatura (18) e de projetos de mestrado (6) e de doutoramento (2), nomeadamente do Programa Cuidar de Coleções: estágio prático de conservação preventiva da FCT-Nova, da Licenciatura de Conservação e Restauro da Escola Superior de Tecnologia de Tomar, do Mestrado de Conservação e Restauro da FCT-NOVA, do Mestrado em História e Filosofia das Ciências da FCUL, do programa doutoral BIODIV da UPorto/ULisboa e do programa doutoral Biologia e Ecologia das Alterações Globais da UAveiro/ULisboa. Recebeu também 3 estudantes internacionais ao abrigo do programa Eramus+ e do SiPN Experiential Learning Program da FLAD. Recebeu ainda, para formação prática em contexto de trabalho e no âmbito da medida de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional, um utente do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.

Também no âmbito da Formação Avançada, o Museu foi instituição de acolhimento de bolseiros de investigação, 12 no âmbito do programa Promoção do Saber Tropical, 1 no âmbito do programa FCT - Ano Internacional da Matemática, 7 no âmbito da infraestrutura PORBIOTA e 2 associados ao projeto NEI.
 

ATIVIDADES I&D

O Museu coordenou ou participou em projetos de I&D, que visam o estudo e valorização do seu património científico e a promoção da cultura científica: com financiamento nacional da FCT, os projetos DNA_ENV METAGENOMICS, Photo Impulse, EDUMAR e COBIO-NET; com financiamento da União Europeia, os projetos Noite Europeia dos Investigadores, Big Picnic - Big Questions e Learn to Engage.
 

CONSULTORIA

No que respeita ao seu papel na conservação das coleções biológicas e geológicas e do património cultural histórico-científico global, o MUHNAC prestou, em 2019, consultoria e realizou ações de formação (ver acima) em instituições públicas e privadas nacionais (nomeadamente, FCUL e FLUL, Museu de História Natural do Funchal, Fundação Casa de Bragança, Escola Secundária Passos Manuel, Escola Secundária Luís de Camões, Escola Secundária Josefa de Óbidos, Colégio Sagrado Coração de Maria, Escola Secundária Sebastião e Silva), mas também de Moçambique (Museu de História Natural de Maputo e Universidade Eduardo Mondlane) e de S. Tomé e Príncipe (Reserva da Biosfera do Príncipe), no âmbito do projeto COBIO-NET.
 

RECURSOS HUMANOS

Em 2019, o Museu e Jardins contaram com um total de 57 colaboradores distribuídos pelas seguintes categorias profissionais: 2 Dirigentes (um dos quais Investigador[1]), 2 Investigadores, 20 Técnicos Superiores, 20 Assistentes Técnicos e 11 Assistentes Operacionais.

GRÁFICO 2


Marta Lourenço, Diretora
Judite Alves, Subdiretora
21 Junho 2020


[1] Marta Lourenço, subdiretora desde 24 de março de 2014, foi nomeada diretora a 15 de julho de 2019.

 

 

RELATÓRIO SUMÁRIO DE 2020

PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2020 PELOS MUSEUS E IICT

RELATÓRIO SUMÁRIO DAS ATIVIDADES DOS MUSEUS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA/ MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA E DO INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA TROPICAL EM 2020
 

PÚBLICOS E PROGRAMAÇÃO

Os Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e o Instituto de Investigação Científica Tropical, adiante designado por Museu e Jardins, receberam em 2020 um total de 111206 visitantes nos diferentes espaços, distribuídos entre o Jardim Botânico de Lisboa – JBL (36,29%), o Jardim Botânico Tropical – JBT (49,60%), bilhete conjunto Museu/Jardim Botânico de Lisboa (8,82%) e Museu (5,29%). Em termos de participantes nas atividades mediadas, o Museu e Jardins receberam ainda 6172 alunos em grupos escolares e 4924 participantes no programa cultural destinado a todos os públicos. Assim, o total de audiências presenciais em todos os espaços foi de 122302.

Comparando estes números com valores homólogos de 2019 (à exceção do JBT, que esteve encerrado para obras de reabilitação), existe uma diminuição acentuada (74,2%). Esta deve-se ao plano de contingência exigido face à pandemia de COVID-19, que conduziu a menos dois meses de abertura ao público (de meados de março a meados de maio), com repercussões ao longo de todo o ano. No entanto, comparando somente os números de visitantes em janeiro e fevereiro dos dois anos, meses não afetados pela pandemia em 2020, é destacado um aumento de 18,74%, indicando uma tendência que a pandemia veio interromper. O mesmo se verifica com os grupos escolares, cujos valores indicam um aumento de 25,05% em janeiro e fevereiro de 2020 face a 2019. Foram realizadas 119 atividades com grupos escolares, tendo nelas participado 49 escolas de ensino não superior (91,8% da região de Lisboa e Vale do Tejo).

O programa presencial incluiu atividades destinadas aos grupos escolares, principalmente até 15 março, sessões de planetário, visitas orientadas ao Observatório Astronómico de Lisboa, visitas às coleções, dinamização de exposições, visitas temáticas e dramatizadas, férias no Museu, festas de aniversário, Jornadas Europeias do Património, ações de formação, seminários e lançamento de livros. Ficaram adiados para 2021 os Roteiros do Conhecimento dado o seu cariz presencial e as atividades que pressupõem grandes audiências como sessões de teatro infantil, conferências/eventos alargados, circo matemático ou concertos.

No que diz respeito a exposições, em 2020 inauguraram as seguintes, em produção própria e parceria: Exposição dos Alunos da 7ª Edição do Curso de Desenho de Natureza, 2ª Exposição de Fotografia do Concurso Anual em História Natural e Ciência e três exposições no âmbito da iniciativa Lisboa Capital Verde Europeia: Grupo do Risco – Desenho em Cadernos e Fotografias, Illustrare – Viagens da Ilustração Científica em Portugal e Variações Naturais, uma Viagem pelas Paisagens de Portugal. Além destas, foram inauguradas 15 exposições e instalações de curta duração no quadro do programa arte-natureza-ciência (PANC).

O Museu e Jardins participaram em eventos vários promovidos pelos Serviços Centrais da ULisboa, nomeadamente nas edições de 2020 da Descobre a ULisboa, II Feira do Livro da ULISBOA, assim como nas comemorações da Semana Académica da ULISBOA.

 

AUDIÊNCIAS DIGITAIS

O Museu e Jardins já usavam o website e as redes sociais para comunicar com os públicos, mas a ótica era de mera divulgação de atividades, sem qualquer atenção à métrica ou indicadores definidos. A pandemia reduziu estes canais à principal forma de chegar à sociedade, o que obrigou, com um apoio inicial dos Serviços Centrais, a uma reflexão interna, à definição de indicadores e, inclusive, à formação do pessoal e desmaterialização de equipamentos em resultado do teletrabalho. No início da pandemia o Museu e Jardins usavam regularmente o Facebook e o Instagram. O Twitter e o YouTube estavam inativos.

O YouTube passou a constituir o principal canal durante a pandemia, tendo sido criadas séries novas como os Museus em Diálogo, as Conversas a propósito de..., Acontece no Museu, entre outras. Atividades regulares como os 60 Minutos de Ciência, a Feira da Matemática, a Feira dos Minerais, o programa Africas no Museu, a Noite Europeia dos Investigadores (com a Noite Europeia dos Investigadores (14550 participantes digitais), entre outras.

COLEÇÕES E PATRIMÓNIO

Em 2020, ocorreu a incorporação de 3705 objetos  nas coleções do Museu, tendo sido a maioria doados (3249) e os restantes obtidos por recolha (435) ou compra (21). O Museu recebeu ainda em depósito 49 objetos.

Nas várias coleções, foi dada continuidade ao trabalho de conservação, catalogação, digitalização e georeferenciação. Assim, procedeu-se à higienização e acondicionamento de 4726 objetos, foram digitalizados 6004 objetos, georeferenciados 5355 e catalogados 3950. Foi concluída a reacomodação dos 580.855 espécimes das coleções LISU e LISC.

Em 2020 concluiu-se também a transferência de coleções do IICT que se encontravam dispersas no edifício da Rua da Junqueira, nº 30. Parte delas encontrava-se apenas em entreposto naquele local desde a desativação das suas localizações originais. Foi o caso das oriundas do Palácio dos Condes da Calheta, Jardim Botânico Tropical, Centro de Botânica, Palácio Burnay, Centro de Antropobiologia, Centro de Geodesia, entre outras. Um segundo grupo, foi constituído por coleções com origem naquele edifício: Centro de História e serviços administrativos. Foram assim reunidas no Museu e no Pavilhão de Portugal, 19 660 objetos ou conjuntos de objetos de diferentes tipologias de coleções: equipamento científico, mobiliário histórico, memorabilia, espécimes geológicos, bem como um extenso e rico património documental (processos administrativos, documentação associada à história das coleções, fotografia e filme).

Em 2020, as coleções foram estudadas por investigadores nacionais e estrangeiros, quer através de consulta presencial (162 investigadores, num total de 1740 horas), quer através de consulta virtual (34 investigadores) ou empréstimos (7 investigadores). As coleções foram ainda utilizadas em projetos de 19 artistas.

Em 2020, 48 objetos das coleções do Museu e IICT tiveram presença em 7 exposições desenvolvidas por instituições congéneres nacionais.

A importância do MUHNAC no contexto da investigação na ULisboa, a nível nacional ou internacional, é evidenciada pelo elevado número anual de publicações e dissertações académicas que referem o uso das coleções ou do Museu e dos seus Jardins, nas suas diversas vertentes, como objeto de estudo: 70 artigos científicos, 5 capítulos de livros, 2 teses de doutoramento e 3 de mestrado.

O Museu deu continuidade ao seu Programa de Apoio Técnico-científico a Instituições com Património e Coleções Científicas ao nível da valorização e preservação do seu património científico.

Neste âmbito, destaca-se a realização do “I Encontro Rede MUHNAC* Instituições Com Património e Coleções Científicas”, que contou com a participação de 18 instituições.

O Museu e Jardins foram alvo de elevada procura para realização de estágios, por parte de estudantes ERASMUS (5), de licenciatura (14), de escolas profissionais (2) e do IEFP (7), e também para realização de projetos de mestrado (3) e doutoramento (1).

Também no âmbito da formação, é de destacar a escolha do edifício principal do Museu e do Picadeiro como tema de trabalho para os alunos do 4º ano do Mestrado Integrado em Arquitectura de Interiores e Reabilitação da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa.

RELATÓRIO SUMÁRIO DE 2021

PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2021 PELOS MUSEUS E IICT


Relatório sumário das atividades dos Museus da Universidade de Lisboa / Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Instituto de Investigação Científica Tropical em 2021

Os Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e o Instituto de Investigação Científica Tropical, adiante designados por Museu e Jardins, compreendem três polos abertos ao público: o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) e o Jardim Botânico de Lisboa (JBL), no Príncipe Real; o Jardim Botânico Tropical (JBT), em Belém; e o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), na Ajuda.
 

PÚBLICOS E PROGRAMAÇÃO

O Museu e Jardins receberam em 2021 um total de 148.226 visitantes, distribuídos entre o JBL (49,33%), o JBT (31,99%), o conjunto MUHNAC/JBL (12,58%) e o MUHNAC (6,1%). No mesmo período, os participantes em atividades culturais e educativas incluíram, nos três polos, 4.388 alunos integrados em grupos escolares de todos os graus de ensino e 6.917 participantes do público em geral. Assim, o total de audiências presenciais em todos os espaços foi de 159.531. Deve realçar-se que, tal como já tinha acontecido em 2020, o Museu esteve encerrado ao público durante cerca de dois meses devido à pandemia COVID-19.

TABELA 2

Existe um aumento de 30,4% em relação aos números homólogos de 2021, em larga medida resultante do aumento dos visitantes do JBL – que quase duplica em relação ao ano anterior – e também à retoma do Programa Cultural presencial e dos grandes eventos no Museu, como a Noite Europeia dos Investigadores. O JBT tem tido uma retoma mais lenta, mas os dados referentes aos dois primeiros meses de 2022 indiciam um número de visitantes já próximo dos pré-pandemia.

As atividades destinadas a grupos escolares abrangeram 71 escolas de ensino não superior, a maioria da região de Lisboa e Vale do Tejo (91,5%). Os números referem-se apenas a Outubro, Novembro e Dezembro visto que as escolas apenas retomaram as visitas no último trimestre. Já existe um número considerável de reservas para 2022, pelo que se espera que estes números se aproximem também, e gradualmente, dos de 2019.

Para além das atividades destinadas a escolas, o Programa Cultural de 2021 incluiu também uma grande diversidade de atividades presenciais e digitais. As segundas são destacadas na seção seguinte. Entre as primeiras incluem-se, por exemplo, sessões de planetário, visitas às exposições e jardins, dinamização de exposições, visitas temáticas; os programas ‘Férias no Museu’, ‘Festas de Aniversário’, ‘Roteiros do Conhecimento’ (Lisboa e Porto); as habituais Feiras de Minerais, Gemas e Fósseis e Feira da Matemática; a comemoração do Dia Internacional dos Museus e Jornadas Europeias do Património; ações de formação, seminários, palestras, projeção de filmes e tantas outras. As sessões de teatro infantil foram retomadas no JBT e foi iniciado um ciclo de concertos no JBL, para continuar em 2022.

O Museu e Jardins participaram em eventos vários promovidos pela ULISBOA, nomeadamente o Verão da ULISBOA e as comemorações da Semana Académica. Com o apoio da Reitoria, foi iniciado em 2021 o projeto ‘Museus e Bem Estar: Prescrição Cultural’, que pretende explorar o papel do Museu e Jardins na saúde mental e bem-estar.

Em 2021, inauguraram as seguintes exposições no MUHNAC:

- Collecting COVID-19 ULISBOA;

- ac / dc – tempos de pandemia;

- Desenhos dos alunos da 8ª edição do curso de desenho de natureza;

- Antártica fora de equilíbrio | exposição fotográfica de Edward Longmire.

Além destas, foram inauguradas 19 exposições e instalações de curta duração no quadro do programa arte-natureza-ciência (PANC), incluindo duas residências artísticas.

Muitas das atividades e exposições do Programa Cultural do Museu e Jardins são feitas em parceria com entidades públicas e privadas, a Reitoria e as escolas da ULISBOA.

 

AUDIÊNCIAS DIGITAIS

No início de 2021, ainda com restrições às atividades presenciais, o sítio web e as redes sociais do Museu e Jardins foram as principais formas de contacto com os diferentes públicos e disseminação do Programa Cultural. Assim, continuaram as séries Museus em Diálogo, 60 Minutos de Ciência, Acontece no Museu e Conversas a propósito de…. No último trimestre de 2021, foi criada uma nova série, com a colaboração de António Galopim de Carvalho: Vamos falar de Geologia – Conversas com o Professor Galopim de Carvalho. Todas foram transmitidas em direto no canal YouTube do Museu e Jardins, que se tornou numa rede com bastante relevância e que apresenta um crescimento significativo de visualizações.

A plataforma zoom foi também um instrumento importante, nomeadamente para a realização de atividades do Programa Cultural no primeiro trimestre de 2021, quando o Museu se encontrava encerrado. De destacar o programa online do Dia Internacional da Matemática (14 de março) e o programa online ‘Na Páscoa o Museu faz Zoom’, este último contando com a presença de 66 crianças.

Em 2021 foi mantida a presença no Facebook, que registou um aumento de seguidores e de interação, assim como no Instagram. Em relação ao Twitter, rede iniciada em 2020, foi registado um aumento significativo de atividade e seguidores.

TABELAS3

COLEÇÕES E PATRIMÓNIO

Em 2021, foi dada continuidade ao trabalho de conservação, catalogação, digitalização e georeferenciação das coleções do Museu e IICT, que incluem um total de cerca de 3,1 milhões de objetos. Assim, procedeu-se à higienização e acondicionamento de 8.441 objetos, foram digitalizados 27.268 objetos, georeferenciados 10.464 e catalogados 26.546. Neste ano, ocorreu a incorporação de 2.897 novos objetos nas coleções, tendo sido a maioria doados (1609) e os restantes obtidos por recolha (1288) ou compra (18). Em 2021, 27 objetos das coleções do Museu e IICT tiveram presença em 8 exposições desenvolvidas por instituições congéneres nacionais.

No que se refere ao papel das coleções para a investigação, as coleções foram estudadas por 137 investigadores nacionais e estrangeiros, quer através de consulta presencial (106 investigadores, num total de 769 horas), quer através de consulta virtual (20 investigadores) ou empréstimos (11 investigadores). As coleções do Museu e do IICT foram referidas em 562 publicações de 2021, das quais 51 têm autores com afiliação do Museu.

O Museu deu continuidade ao seu Programa de Apoio Técnico-Científico a Instituições com património e coleções científicas, tendo apoiado 22 instituições, incluindo Escolas da ULisboa, museus, escolas secundárias e outras instituições.

TABELA4

No que se refere à formação avançada, o Museu recebeu 28 formandos para desenvolvimento de estágio ou de projeto, incluindo 3 de escolas profissionais, 1 do Instituto de Emprego e Formação Profissional, 2 ERASMUS, 12 de licenciatura, 6 de mestrado e 1 de doutoramento.

O Museu coordenou ou participou em 5 projetos de I&D, que visam o estudo e valorização do seu património científico e a promoção da cultura científica, com financiamento da FCT e da União Europeia. Destacam-se ainda os projetos de implementação das infraestruturas científicas nacionais PRISC (coordenada pelo Museu), PORBIOTA e a infraestrutura pan-europeia DiSSCo.

 

Marta Lourenço, Diretora
23 de Março de 2022

RELATÓRIO SUMÁRIO DE 2022

PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2022 PELOS MUSEUS E IICT


Relatório sumário das atividades dos Museus da Universidade de Lisboa / Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Instituto de Investigação Científica Tropical em 2022.

Os Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e o Instituto de Investigação Científica Tropical, adiante designados por Museu e Jardins, compreendem três polos abertos ao público: o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) e o Jardim Botânico de Lisboa (JBL), no Príncipe Real; o Jardim Botânico Tropical (JBT), em Belém; e o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), na Ajuda.

 

PÚBLICOS E PROGRAMAÇÃO

O Museu e Jardins receberam em 2022 um total de 376.038 visitantes, distribuídos entre o JBL (48,43%), o JBT (26,14%), o conjunto MUHNAC/JBL (13,55%) e o MUHNAC (6,9%), este último número incluindo os participantes em atividades, dias comemorativos e eventos do programa cultural. No mesmo período, visitaram os três polos um total de 18.391 alunos integrados em grupos escolares (4,89%) provenientes de 275 escolas de ensino não superior, a maioria da região de Lisboa e Vale do Tejo (77,45%). A reabertura do Observatório Astronómico de Lisboa às quartas-feiras permitiu ainda a visita de 287 visitantes informais (0,08%). Deve realçar-se que o número de visitantes em 2022 supera o de 2019, pré- pandemia, em 33,37%.

quadro 1

 

 

 

 

 

 

Realce-se que o JBT tem tido uma retoma mais lenta após a pandemia, em contraste com o JBL, uma vez que o centro de Lisboa se tornou a área com maior oferta de pacotes de turismo logo após a abertura das restrições relativas à pandemia.

Para além das atividades destinadas a escolas, o Programa Cultural de 2022 incluiu também uma grande diversidade de atividades presenciais e deu continuidade à oferta digital. Entre as primeiras incluem-se, por exemplo, visitas às exposições e jardins, dinamização de exposições, visitas temáticas; os programas ‘Férias no Museu’, ‘Festas de Aniversário’, ‘Roteiros do Conhecimento’ (Lisboa, Coimbra e Porto); as habituais Feiras de Minerais, Gemas e Fósseis e Feira da Matemática; a comemoração do Dia Internacional dos Museus e do Dia Nacional da Cultura Científica, as Jornadas Europeias do Património e a Noite Europeias dos Investigadores 2022 sob o mote ‘Ciência para todos: sustentabilidade e inclusão’; ações de formação, seminários, palestras e tantas outras iniciativas incluídas na programação trimestral. As sessões de teatro infantil continuaram no JBT e foi iniciado um ciclo de concertos e de teatro nos jardins.

O Museu e Jardins participaram em eventos promovidos pela ULisboa, nomeadamente o ‘Verão da ULisboa’. Foi dada continuidade ao projeto ‘Museus e Bem-Estar: Prescrição Cultural’, que recebe visitantes no Museu e Jardins enviados por entidades parceiras ao nível da monitorização da saúde mental e bem-estar, nomeadamente as unidades de saúde familiar da Baixa e Almirante Reis, os gabinetes de apoio ao estudante das escolas da ULISBOA e os centros de dia de São Cristóvão e da Sé, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Em 2022, inauguraram as seguintes exposições no MUHNAC:

• março: Cuidado! Invasoras Aquáticas
• março: Primaveras Estudantis. Da crise de 1962 ao 25 de Abril
• março: III Concurso de fotografia de História Natural e de Ciência
• abril: Mostra da Física Quântica à Teoria Quântica
• maio: Bioinspiração, a cor dos insetos na base da inovação
• junho: Medicina do passado no futuro
• setembro: Ar no mar – as aves do oceano profundo
• setembro: ADN Ambiental
• outubro: Exposição dos alunos da 9ª edição do curso de desenho de natureza
• dezembro: A fronteira viva
• dezembro: O impulso fotográfico: (Des)arrumar o arquivo colonial

Além destas, foram inauguradas 21 exposições e instalações de curta duração no quadro do programa arte-natureza-ciência (PANC), incluindo duas residências artísticas.

Muitas das atividades e exposições do Programa Cultural do Museu e Jardins são feitas em parceria com entidades públicas e privadas, a Reitoria e as escolas da ULisboa.
 

AUDIÊNCIAS DIGITAIS

Após o período de pandemia, durante o qual se verificou um grande aumento das atividades online, em 2022 o Programa Cultural voltou a apostar, maioritariamente, em atividades e eventos presenciais. A redução dos eventos online fez com que a partilha de conteúdos através do canal do YouTube do MUHNAC diminuísse e, como consequência também o watch time e o número total de visualizações. Ainda assim, podemos verificar um ligeiro aumento dos seguidores no canal. Em 2022, continuaram as séries ‘Museus em Diálogo’, ‘60 Minutos de Ciência’, ‘Acontece no Museu’ e ‘Conversas a propósito de…’. No primeiro semestre de 2022 demos também continuidade à série ‘Vamos falar de Geologia – Conversas com o Professor Galopim de Carvalho’.

Dois importantes projetos desenvolvidos em 2022 tiveram como objetivo aumentar as audiências digitais do Museu e Jardins, apoiados pela Direção Geral do Património Cultural (Programa Promuseus): a renovação do website (em colaboração com a DREISCULisboa) e uma visita virtual aos laboratórios químicos e jardins botânicos históricos das Universidades de Lisboa, Porto e Coimbra.

Em relação às redes sociais, de salientar o grande aumento de seguidores no Facebook, assim como a interação orgânica com os diversos conteúdos partilhados e também no Instagram, com um aumento significativo do envolvimento dos seguidores.

quadros 2 e 3

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



JARDINS BOTÂNICOS

Para que o Jardim Botânico de Lisboa e o Jardim Botânico Tropical continue a encantar aos seus inúmeros visitantes têm-se dado particular atenção à sustentabilidade ambiental. Foi realizado um investimento significativo, particularmente ao nível da transição para equipamentos elétricos, com múltiplos benefícios, incluindo a diminuição significativa da poluição sonora e de odores a combustível que perturbam os visitantes. Para além disso, tem sido dada prioridade à utilização eficiente dos recursos hídricos, seja a água potável da companhia EPAL, seja a água proveniente de captações no subsolo, onde as regas têm sido ajustadas e problemas diversos (e.g. fugas, mau funcionamento de aspersores e tubagens) sido rapidamente resolvidos.

Paralelamente, com a ajuda do Núcleo de Sustentabilidade instalaram-se novas papeleiras onde é possível separar o lixo dos visitantes por diferentes categorias (papel, cartão, plástico, metal e vidro) procedendo-se à sua valorização e reciclagem, bem como um aproveitamento diário dos resíduos vegetais. Essencial à redução do impacto ambiental dos Jardins tem sido a consciencialização de toda a equipa do Núcleo de Jardins Botânicos.

Cuidamos diariamente das coleções de plantas, tentando envolver os visitantes com programas de voluntariado e partilhando também conhecimento e equipamento com o outro Jardim da Universidade, o Jardim Botânico da Ajuda.

 

COLEÇÕES E PATRIMÓNIO

Em 2022, foi dada continuidade ao trabalho de catalogação, digitalização e georeferenciação das várias coleções, que incluem cerca de 3,1 milhões de objetos: foram catalogados 3900 objetos, transcritos para base de dados digital 25432 registos, georeferenciados 1890 objetos e produzida imagem digital de 5827 objetos. Foram ainda reacondicionados por razões de conservação 1529 objetos.

Foram incorporados 1847 objetos em coleções diversas como Invertebrados Marinhos, Mineralogia, História da Matemática e Coleção de Tecidos. Houve ainda a doação de uma importante coleção de entomologia, cujo dimensão é ainda impossível de precisar, mas que terá ca. de 40.000 a 50.000 exemplares.

No que se refere ao papel das coleções para a investigação, as coleções foram estudadas por 160 investigadores nacionais e estrangeiros, quer através de consulta presencial (75 investigadores, num total de 393 horas), quer através de consulta virtual (66 investigadores) ou empréstimos (12 investigadores). As coleções do Museu e do IICT foram referidas em 83 publicações publicadas em 2022, das quais 17 têm autores cuja afiliação é o MUHNAC.

As coleções foram também utilizadas em 5 projetos artísticos. Foram usadas em 38 ações de formação que tiveram lugar no MUHNAC ou em Escolas de ULisboa. Foram também utilizadas em 27 atividades de divulgação, incluindo em atividades no âmbito de encontros científicos nacionais e internacionais.

O Museu deu continuidade ao seu Programa de Apoio Técnico-científico a Instituições com Património e Coleções Científicas, tendo apoiado 15 instituições na área da conservação, taxidermia e curadoria, incluindo Escolas da ULisboa, museus, escolas secundárias, câmaras municipais e outras instituições.


FORMAÇÃO AVANÇADA

Como tem vindo a acontecer de forma regular, no último ano o Museu foi instituição de acolhimento de estudantes, totalizando 46 formandos.

quadro 4

 

 

 

 

 


O Museu e Jardins têm sido palco de visitas e aulas práticas no âmbito de diversas disciplinas de cursos do 1º, 2º e 3º ciclos. Destacamos, no último ano letivo 2021-22, a escolha do edifício principal do Museu e do Picadeiro como tema de trabalho para os alunos do 4º ano do Mestrado Integrado em Arquitetura de Interiores e Reabilitação da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, a utilização das exposições e Jardins para o desenvolvimento de projetos dos alunos da Licenciatura Arte Multimédia da Faculdade de Belas Artes, a lecionação de algumas aulas práticas da Unidade Curricular Osteologia Humana e Prática em Museus do 3º ano da Licenciatura em Antropologia do ISCSP, a utilização dos Jardins em aulas prática da Licenciatura de Biologia da FCUL ou de Arquitetura Paisagística do ISA, e ainda a lecionação do módulo Museus, Coleções e História da Ciência do Mestrado em História e Filosofia das Ciências da Faculdade de Ciências.


ATIVIDADES DE I&D

O Museu coordenou ou participou em 5 projetos de I&D, que visam o estudo e valorização do seu património científico e a promoção da cultura científica, com financiamento nacional e com financiamento da União Europeia. Destacam-se os projetos de implementação das infraestruturas científicas nacionais PRISC, coordenada pelo MUHNAC, e PORBIOTA, e da infraestrutura pan-europeia DiSSCo.

O Museu participou na Temporada Cruzada Portugal-França com o projeto Bioinspiração financiado em França pelo Institut Français, e em Portugal pelo Instituto Camões e pelo GEPAC-Ministério da Cultura, tendo co-organizado dois workshops sobre o tema, um em Lisboa e outro em Paris.

RECEITAS

O Museu e Jardins obtiveram em 2022 uma receita total de 1.161.406,72 EUR, resultante sobretudo de bilheteira e cedências ocasionais de espaços nos seus três polos. De referir que os preçários foram atualizados, tendo havido o cuidado de não aumentar os bilhetes de escolas e passes.

 

Marta Lourenço, Diretora
17 fevereiro 2023

 

RELATÓRIO SUMÁRIO DE 2023

PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2023 PELOS MUSEUS E IICT

Os Museus da Universidade de Lisboa/ Museu Nacional de História Natural e da Ciência e Instituto de Investigação Científica Tropical, adiante designados por Museu e Jardins, compreendem três polos abertos ao público: o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) e o Jardim Botânico de Lisboa (JBL), no Príncipe Real; o Jardim Botânico Tropical (JBT), em Belém; e o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), na Ajuda. 


PÚBLICOS E PROGRAMAÇÃO

O Museu e Jardins receberam em 2023 um total de 387.706 visitantes, distribuídos entre o JBL (44,99%), o JBT (27,8%), o conjunto MUHNAC/JBL (12,97%) e o MUHNAC (8,5%). No mesmo período, visitaram os três polos um total de 22.237 alunos integrados em grupos escolares (5,74%) provenientes de 363 escolas de ensino não superior, a maioria da região de Lisboa e Vale do Tejo (90,9%).

A reabertura do Observatório Astronómico de Lisboa às quartas-feiras permitiu ainda a visita de 994 visitantes informais (0,26%). Deve realçar-se que o número de visitantes em 2023 supera o de 2019, pré- pandemia, em 35,38%.

Realce-se que o JBT tem tido uma retoma mais lenta após a pandemia, em contraste com o JBL, uma vez que o centro de Lisboa se tornou a área com maior oferta de pacotes de turismo.

Para além das atividades destinadas a escolas, o Programa Cultural de 2023 incluiu também uma grande diversidade de atividades presenciais e deu continuidade à oferta digital. Entre as primeiras incluem-se, por exemplo, visitas às exposições e jardins, dinamização de exposições, visitas temáticas; os programas ‘Férias no Museu’, ‘Festas de Aniversário’, ‘Roteiros do Conhecimento’ (Lisboa, Coimbra e Porto); as habituais Feiras de Minerais, Gemas e Fósseis e Feira da Matemática; a comemoração do Dia Internacional dos Museus e do Dia Nacional da Cultura Científica, as Jornadas Europeias do Património e a Noite Europeia dos Investigadores 2023 sob o mote ‘Ciência para todos: sustentabilidade e inclusão’; ações de formação, seminários, palestras e tantas outras iniciativas incluídas na programação trimestral. Em 2023l, as sessões de teatro infantil continuaram no JBT e foram incluídos ciclos de concertos e de teatro nos jardins e no Museu. 

O Museu e Jardins participaram em eventos promovidos pela ULisboa, nomeadamente nas feiras e iniciativas com presença das escolas e unidades dos serviços centrais. Foi dada continuidade ao projeto ‘Museus e Bem-Estar: Prescrição Cultural’, que recebe visitantes no Museu e Jardins enviados por entidades parceiras ao nível da monitorização da saúde mental e bem-estar, nomeadamente as unidades de saúde familiar da Baixa e Almirante Reis, os gabinetes de apoio ao estudante das escolas da ULISBOA e os centros de dia de São Cristóvão e da Sé, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. 

Em 2023, inauguraram as seguintes exposições no MUHNAC: 
- Fevereiro: Uma passagem pela ópera de Pequim
- Março: Exposição do IV Concurso de fotografia de História Natural e de Ciência
- Maio: Laboratório aberto de taxidermia e conservação
- Julho: Desenho de Natureza, 10 edições, 100 desenhos
- Julho: Herit-Ages
- Outubro: Exposição dos alunos da 10ª edição do curso de desenho de natureza

Além destas, foram inauguradas 24 exposições e instalações de curta duração no quadro do programa arte-natureza-ciência (PANC), incluindo duas residências artísticas. 

Muitas das atividades e exposições do Programa Cultural do Museu e Jardins são feitas em parceria com entidades públicas e privadas, a Reitoria e as escolas da ULisboa. 
 

AUDIÊNCIAS DIGITAIS

As audiências digitais nas várias plataformas onde o Museu marca presença sofreram um decréscimo acentuado tanto no YouTube, como no X (antigo Twitter).

A principal razão prende-se com a diminuição da oferta digital dado que o programa cultural do Museu e Jardins se tem concentrado sobretudo na vertente presencial. No entanto, séries como “60 Minutos de Ciência”, “Museus em Diálogo” e “Seminários de Cultura Material da Ciência”, continuaram a realizar-se no YouTube em 2023. Embora o canal não esteja a ser ‘alimentado’ muito frequentemente, verificamos um ligeiro aumento de seguidores, demonstrativo da importância desta plataforma como arquivo de conteúdos.

Em relação às redes sociais, é de salientar o grande aumento de seguidores no Instagram. Durante o ano de 2023 foi feito um maior esforço para manter o Instagram mais ativo uma vez que vários estudos demonstram ser esta a rede social mais estável para fidelizar audiências mais jovens. De destacar, também, o crescimento do Facebook que continua a ser a rede mais utilizada por todas as faixas etárias e que consideramos ser a mais forte para comunicar com os diversos públicos.

Salienta-se ainda um aumento da interação orgânica (não paga) nas diversas redes sociais do Museu. Verificamos um aumento do número de ‘likes’, partilhas e comentários.


 

JARDINS BOTÂNICOS 

No Jardim Botânico de Lisboa e no Jardim Botânico Tropical continua o cuidado especial com as coleções de plantas, sua manutenção, incremento, e também a sustentabilidade ambiental.

Particular atenção foi dada em 2023 para aumentar em número de espécies as coleções de plantas dos dois Jardins, contribuindo para a preservação da biodiversidade. Um bom exemplo é Afrocarpus mannii (Hook.f.) C.N.Page (pinheiro de São Tomé) no JBT, uma espécie endémica da ilha de São Tomé, apenas em altitudes elevadas (1500-1900 m), em que os espécimes do Jardim têm produzido sementes em abundância, e germinando no local. O Jardim tornou-se assim uma ferramenta de conservação importantíssima para esta espécie e para outras com elevado estatuto de conservação, que só existem em habitats muito restritos do planeta.

A identidade dos dois jardins é bastante distinta e deverá ser mantida para as próximas gerações. Quer no JBL quer no JBT, em 2023 prosseguiram os trabalhos nos viveiros e na propagação de diferentes espécies. O objetivo é vincar o cariz tropical do JBT, com largas dezenas de espécies de fruteiras, e aprofundar a dimensão de conservação do JBL.

Tem-se conseguido igualmente envolver os visitantes em programas de voluntariado, bem como estudantes de ensino superior em aulas, teses e dissertações, mantendo a tradição de ensino que os dois jardins têm desde a sua origem.

Também a colaboração com o Jardim Botânico da Ajuda tem sido mantida, com a partilha de conhecimento e equipamento.

A gestão diária tem sido focada na gestão sustentável da água, na reutilização dos resíduos vegetais e no fomento da utilização de equipamentos elétricos, tendo-se adquirido veículos e diversa maquinaria nos últimos anos que reduzem o consumo de combustíveis fósseis e os odores desagradáveis e ruídos para os visitantes. Em 2023, e relação à gestão da água, conseguiram-se dois importantes marcos históricos: a realização de um furo no JBL (após outras tentativas ao longo dos últimos 50 anos) e outro no JBT.

 

COLEÇÕES E PATRIMÓNIO

O ano de 2023 ficou marcado pelos trabalhos de requalificação de reservas e a transferência de coleções:

- Foi montada a nova reserva de entomologia, que passa agora a contar com 160 novos armários e 1080 novas gavetas entomológicos, em ambiente de humidade controlada.  A coleção de entomologia do IICT, que apresentava graves problemas de contaminação química, foi transferida na totalidade para esta nova infraestrutura -- durante 4 semanas, num total de 640 horas, cerca de 300.000 espécimes foram transferidos para as novas gavetas, envolvendo 22 pessoas, incluindo trabalhadores do Museu, voluntários e estudantes, sob um estrito protocolo para garantir a segurança dos exemplares e a saúde das pessoas.

- As coleções de fotografia foram acomodadas na nova reserva, num total de 176.000 itens.

- Deu-se seguimento à transferência de coleções de zoologia para novos armários, nomeadamente foram transferidas 3900 amostras de conchas e 1420 exemplares de aves.

- Foram iniciados os trabalhos de requalificação de uma das reservas de Geologia, o que implicou a transferência da totalidade das coleções das coleções aí localizadas (paleontologia, petrologia, arquivo histórico e biblioteca) para entreposto.

Por outro lado, foi dada continuidade ao trabalho de conservação preventiva das coleções, com a higienização e acondicionamento de 12.818 itens. Foram restauradas 250 fotografias e 67 animais taxidermizados e preparados 18 novos animais taxidermizados e 4 modelos.

Em relação ao trabalho de catalogação, digitalização e georeferenciação das várias coleções, foram catalogados 29.509 objetos, transcritos para base de dados digital 6426 registos, georeferenciados 2455 objetos e produzida imagem digital de 2849 objetos.

Procedeu-se à incorporação nas coleções do Museu de 45.452 objetos, destacando-se a doação de uma coleção de 3549 conchas, uma coleção de 3325 aranhas e três coleções de insetos com 16.000, 17.499 e 5009 espécimes, respetivamente.

No que se refere ao papel das coleções e arquivos como infraestrutura para a investigação, as coleções foram estudadas por 214 investigadores nacionais e estrangeiros, provenientes de instituições de 20 países, sendo que 47 têm como afiliação a ULisboa.

As coleções do Museu e do IICT foram referidas em 48 trabalhos científicos publicados em 2023, d0s quais 21 têm autores cuja afiliação é a Universidade de Lisboa. As coleções foram ainda utilizadas em trabalhos académicos apresentados no presente ano, nomeadamente em 4 teses de doutoramento e 4 dissertações de mestrado.

O Museu deu continuidade ao seu Programa de Apoio Técnico-científico a Instituições com Património e Coleções Científicas, tendo apoiado 15 instituições na área da conservação, taxidermia e curadoria, incluindo Escolas da Universidade de Lisboa, museus, escolas secundárias, câmaras municipais e outras instituições.

 

FORMAÇÃO AVANÇADA

Como tem vindo a acontecer de forma regular, no último ano o Museu foi instituição de acolhimento de estudantes, totalizando 32 formandos. Recebeu ainda 18 profissionais de outros Museus para realização de estágio e visitas técnicas, nomeadamente do Museu de História Natural de Luanda, Angola, do Jardim Botânico da Universidade de Jagiellonian, Cracóvia, Polónia, do Museu de História Natural de Belgrado, Sérvia, e do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, Brasil.

O Museu e Jardins têm sido palco de visitas e aulas práticas no âmbito de diversas disciplinas de cursos do 1º, 2º e 3º ciclos de diversas Escolas da Universidade de Lisboa (FCUL, FBAUL, ISCSP e FMUL), mas também de outras universidades nacionais, totalizando 33 ações.

 

ATIVIDADES DE I&D

O Museu participou em 4 projetos de I&D (COBIONET, MAGIC, PROMUSEUS2023 e SCIEVER), com financiamento nacional e com financiamento da União Europeia, que visam o estudo e valorização do seu património científico e a promoção da cultura científica.

Destacam-se também a conclusão do projeto de implementação da infraestrutura científica nacional PRISC (https://www.prisc.pt), coordenada pelo MUHNAC, e a participação no projeto DiSSCo Transition para a implementação da infraestrutura pan-europeia DiSSCo (https://www.dissco.eu).

 

RECEITAS

O Museu e Jardins obtiveram em 2023 uma receita total de 2.925.476,61€, sendo que 1.539.935,86€ resulta de verba bruta de projetos e os restantes 1.385.540,75€ resultam sobretudo de bilheteira e cedências ocasionais de espaços nos seus três polos.

De referir que no ano de 2023 não houve atualização de preços, tendo-se apenas introduzido uma tipologia nova de voucher para os Jardins, que reduz em 25% o preço numa das bilheteiras.

 

Marta Lourenço, Diretora
26 março 2024