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Exposição de fotografias do artista Jorge Castro Henriques
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Desenhar a cidade-verde a partir da fotografia
A Exposição de fotografias RIO cidade-floresta de Jorge Castro Henriques é composta por 30 conjuntos de fotografias. Pensar a cidade a partir da floresta é o propósito desta exposição, mapeando-se assim o percurso que foi executado pelo fotógrafo. A exposição é inevitavelmente centrada no tema da paisagem, da natureza, da floresta.
O propósito de Jorge Castro Henriques é a observação atenta e minuciosa da cidade do Rio de Janeiro, do seu movimento, das suas cores e da vivência conjunta entre a natureza, as pessoas e o edificado. “ A cidade aparece como um todo no qual nenhum espaço é desperdiçado e do qual você faz parte e uma vez que aqui se goza tudo o que não se goza noutros lugares, não resta nada além de residir nesse desejo e se satisfazer.”[1] Jorge Castro Henriques alia-se e compreende o que a natureza lhe oferece em cada experiência, através das fotografias aqui apresentadas.
Citando Jorge Castro Henriques, “este projeto olha para a capital carioca através de um ponto de vista específico: a interação entre a cidade e a(s) sua(s) floresta(s). A fotografia de paisagem evidencia esta relação única, mas inclui-se também fotografia de rua, retratos e de apontamentos. Nestas imagens, combinam-se elementos naturais como plantas, árvores, animais, com elementos urbanos como construções, murais e veículos, sem esquecer a moda, que marca presença com roupas que remetem à natureza.”
A exposição está integrada nas comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, e como nos diz Jorge Castro Henriques, “Há 500 anos atrás, os portugueses que exploraram a região onde se fundou o Rio de Janeiro puderam contemplar em todo a seu esplendor a Mata Atlântica, a então casa dos Tupinambás e uma floresta tropical que abrangia integralmente a costa brasileira do nordeste ao sul. Nos séculos seguintes, o Rio foi crescendo, mas não perdeu a sua matriz florestal. Ainda hoje, no seu perímetro se encontram a primeira e terceira maiores florestas urbanas do mundo, situadas respetivamente no Parque Estadual da Pedra Branca e no Parque Nacional da Tijuca, além de vários fragmentos dispersos pela metrópole. É uma outra dimensão desta cidade-floresta ou floresta-cidade.”
A ideia do projeto expositivo foi tentar fazer uma exposição sustentável através da aquisição de molduras em segunda mão (economia circular) e com o uso de papel reciclado como passepartouts. Como Jorge Castro Henriques diz, “O Bicentenário da Independência do Brasil é a ocasião ideal para o museu mais verde de Lisboa celebrar o verde do Rio de Janeiro.”
Sofia Marçal
[1] Italo Calvino, in: As cidades invisíveis, p.8.
Curadoria: Sofia Marçal
Inauguração: 6 junho, 18h00 às 20h00
Contacto do artista: jchphoto.contact@gmail.com