Data
Local
Por motivos de força maior, dado um dos oradores não conseguir deslocar-se a Lisboa, esta sessão realizar-se-á online no canal do YouTube do Museu, mantendo-se o mesmo horário (17h00).
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Toda a gente se lembra das imagens da estátua de Saddam Hussein sendo removida do seu pedestal em Bagdad. Há 50 anos, a ponte Salazar passava a chamar-se ponte 25 de Abril. Mais recentemente, durante um protesto do movimento Black Lives Matter, a estátua do negreiro do séc. XVII Edward Coulson em Bristol foi removida e encontra-se hoje num museu. Em Lisboa, houve os casos de vandalismo na estátua do Padre António Vieira ou do Padrão dos Descobrimentos.
Há inúmeros exemplos, quer do passado quer do presente, que demonstram como a memória colectiva em espaços públicos, sendo um reflexo da forma como a sociedade lida com sua história e como essa história é narrada no presente e por quem, pode e deve ser contestada.
Que importância simbólica, histórica, social, política têm as estátuas, os monumentos, os memoriais, a toponímia, presentes no espaço público? Quem deve decidir o que será lembrado e como será lembrado? De que forma as mudanças nos valores sociais influenciam a nossa relação com o passado?
Estes temas interessam ao MUHNAC dadas as suas responsabilidades de preservação, estudo e resignificação das coleções científicas coloniais portuguesas.
Aproveitando um livro e um filme do coletivo LEFT HAND ROTATION, que será disponibilizado gratuitamente em PDF após o lançamento, vamos procurar debater estas questões.
PROGRAMA
17h00 - Exibição do filme
18h00 - Debate: “Erguer. Derrubar. Resignificar”
Com:
Joacine Katar Moreira (ANASTÁCIA - Centro de Estudos e Intervenção Decolonial),
Susana Ferreira, (York University, Toronto)
Lorena Tabares Salamanca (Colapso Plataforma Creativa),
Coletivo Left Hand Rotation
Moderação: Marta Lourenço (MUHNAC-ULISBOA)
18h45 - Lançamento do livro
SOBRE O FILME:
"MONUMENTO CATÁSTROFE" dirigido e produzido pelo coletivo Left Hand Rotation
2022 / 62 mins / Cor / Co-produção: Cósmica
MONUMENTO CATÁSTROFE é um road movie em Portugal, uma viagem pelos espaços da catástrofe (colonialismo, guerras, escravatura, ecocídios, epidemias, feminicídios, etc), num movimento contra a dupla paralisia do desespero e da indiferença. Transitar entre as histórias contidas nos monumentos em memória das mortes coletivas expande o olhar sobre o acontecimento para além da sua capacidade disruptiva, revelando a catástrofe como a manifestação de um processo em curso, o Capitaloceno.
SOBRE O LIVRO
"A VOLTA AO MUNDO EM 80 CATÁSTROFES/Especial LISBOA" (2024 / 52 folhas)
Uma edição do coletivo Left Hand Rotation em colaboração com Colapso Plataforma Criativa
Este livro-guía turístico irónico sobre Lisboa, mapeia monumento de catástrofes (colonialismo, escravatura, feminicídios, LGTBIFObia, guerras, epidemias, etc) erigidos durante a época do Capitaloceno.